segunda-feira, maio 31, 2010

Sabe aquela história de preconceito?

Todos nós já sabemos, mas não custa lembrar. RIO/SP é de uma quantidade imensurável de "xenófobos locais", como se fosse necessário passaporte para eles entrarem no nordeste e passar férias onde nós moramos. Pra mim, sinceramente, essa denúncia do programa Legendários (que vi ao vivo na Record) levanta a questão da pluralidade brasileira e da falsidade nacional. Essa aquarela brasileira é mentirosa. Em 8 anos de mandato do presidente Lula, a maior das reclamações do povo carioca/paulista/sulista "médio e alto-ab(e)astado" é sobre a quantidade de recurso destinados à nossa região. Os escravos do país só foram vistos como cidadãos dessa desgraça que dizem que devemos amar agora e, mesmo assim, somos alvos do desprezo e intolerância dos brasileiros de lá.

"As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá", diria o poeta. E contextualizando a frase, mesmo com toda especulação imobiliária sudestina e sulista em Salvador, por exemplo, as aves ainda gorjeiam... não morrem sufocadas pela poluição produzida pelos progressistas paulistas e nem são abatidas por balas perdidas como no RJ.

Há um cidadão na reportagem que fala em procriação... Pootssss... quanta ignorância! As primeiras favelas do RJ foram construídas a partir de terrenos doados pelo governo nacional depois da 4ª expedição de Canudos (olha eles contra os nordestinos aí, gente!). Os ignorantes soldados brasileiros entenderam como lucidez governamental a ideia de juntá-los num terreno irregular, quase todos pertinho do mar. Ignorantes... e só depois da 4ª expedição, hein...

Canudos, cidade nordestina, brasileira, era uma cidadela. A chamada Cidadela de Deus. Em determinado ponto, deram nome ao morro de Morro da Favela, por conta da planta favela ser dominante na vegetação do local e, por isso, os soldados que acamparam nas proximidades do morro de Canudos (Morro da Favela) deram nome ao pedaço de terra (Morro da Providência, hoje conhecido) dado como gratidão ao que fizeram com os nordestinos. Engraçada é a relação nordestina com todo o Brasil...

Se juntaram aos soldados os negros libertos do regime escravagista da monarquia brasileira, além dos fugidos que nem quiseram saber de porra de alforria nenhuma. Depois da alforria, a anistia. Aceitar anistia era provar que era contraventor, enquanto o Estado violava a humanidade.

Agora me digam, amigos: Quem viu isso na escola? A falsidade nacional reflete na educação de seu povo, "ignorante de nascença" e "reprodutor por desgracença". Ponho a culpa no professor, no político safado e no povo, que mesmo sem ter por onde correr, pode pular o muro da fortaleza do conhecimento; pode comer o fruto da árvore do conhecimento. Mas, já era de se estranhar desde Gênesis. Se o homem não podia conhecer, a reprodução humana disso é tão animalesca que se torna uma máxima do nível de controle a nós atribuído. Não pense, não fale, não compre, não beba... "Pense, fale, compre e beba... leia, vote..."

E Raul (aquele nordestino pioneiro do rockinho nacional) já dizia: "Queria ser burro! Eu sofreria menos". Burro por ser sábio e sábio por não saber ser burro.

Pra puta que pariu, Brasil.

Veja o vídeo:
http://noticias.r7.com/legendarios/elcio-coronato-investiga-discriminacao-de-nordestinos.html