segunda-feira, outubro 02, 2006

TEM QUE TER CARNE

Ao contrário do que o leitor deve estar pensando só por ler o título, não sou nenhum antivegetariano ou coisa parecida. Gosto muito de carne e não dispenso um bom churrasco, mas não é da carne própria para degustação a qual estou me referindo.
Falo da carne humana. E o leitor, rapidamente, imagina que sou canibal. É interessante a forma com que identificamos as palavras e o cérebro as codifica e transforma as nossas opiniões.
Mas a carne humana, pelo menos para mim, não serve para ser comida. Quando me manifesto e afirmo que mulher boa é mulher que “enche uma cama”, é mulher que tem carne, que tem onde pegar, digo que o estereótipo de manequim não vale de nada. Ah...Até hoje a propaganda do sabonete Dove me traz boas lembranças. Aquelas modelos “cheinhas”, “rechonchudinhas” e simplesmente lindas.
Não estou aqui para defender mulheres obesas. Quero defender aquelas que não se preocupam em ter o corpo da Galisteu ou da Gisele Bundchen. Não acredito nesse “modelo de modelos” que as revistinhas semanais colocam na capa: “Tenha o corpo da Ana Paula Arósio”, “Sinta-se como a Altenhofen”. Essas revistas enchem o saco completamente, e olha que o meu só agüenta o peso de duas bolas. Pára com isso!
Mulher, para mim, tem que ter carne. Eu preciso apertar, mordiscar. Será que só eu sinto prazer no pegar? Mulher tem que ter aquela gordurinha a mais pois é o que dá charme. Não me preocupo com estrias, celulite, gordura localizada, etc. Me preocupo com a academia, com a quantidade de abdominais, flexões e pedaladas. Não me preocupo se o manequim é 42 ou 44. Me preocupo com um novo número inventado pela indústria têxtil norte-americana: ZERO. Imagino a propaganda dizendo “As anoréxicas estarão sempre na moda. ZERO no manequim, ZERO de gordura, ZERO de açúcar, ZERO de energia, ZERO de saúde...”
Eu teria medo de transar com uma mulher dessas. Imagino desmontando aquela estrutura puramente óssea, ficando sem saber remontar pois não há manual de instruções. Modéstia à parte, eu tenho um fogo dos diabos. Quando tem carne, ninguém me segura.
Eu não tenho um padrão definido de “rechonchudez”, não precisa ser muito, mas tem que ter carne. Para apertar, mordiscar...