domingo, setembro 03, 2006

DE VOLTA À REALIDADE

De Volta À Realidade

É dessa forma que retomamos a nossa rotina, mesmo que o assunto a perdurar por mais um bom tempo será a derrota brasileira na Copa do Mundo.A seleção milionária, do jogador-fenômeno, do melhor do mundo, do galã-virgem, do recordista em não fazer faltas e do imperador não conseguiu passar das quartas-de-final. Parece-me que a vaidade resolveu falar mais alto em campo e o rendimento de alguns jogadores foi extremamente negativo. Enquanto o Lúcio não faz faltas, o Cafu e o Roberto Carlos também não fazem falta nenhuma à seleção. E o Kaká? O que pode ser dito sobre o garoto? Seu “descabaçamento” não lhe rendeu bons frutos. O mais bonitinho e genro que toda sogra pediu a Deus, decepcionou. Todos sabemos de suas qualidades individuais, assim como todos os outros jogadores, logo, podemos imaginar que faltou a coletividade. A não ser na hora do samba, que sempre rolava nos deslocamentos da turma do Parreira.Como diz o jornalista José Simão, da Folha de São Paulo, todo técnico é burro, portanto, não vou culpar o treinador de toda essa desgraça brasileira.Tudo bem, o Robinho devia ter entrado antes, etc. Mas deixa para lá. O que importa é que estamos de volta à nossa realidade. Dos vinte e três jogadores, só três atuam no Brasil e estavam como opções no banco de reservas. O Brazil jogou e não o Brasil. Dos vinte e três jogadores, nenhum se preocupa tanto com as contas do mês, com a quantidade de filhos, com as condições de moradia, com aluguel, etc. O povo brasileiro representado por ex-brasileiros que, no meu ponto de vista, não são os melhores jogadores para uma seleção, gastou por eles. Olhe para as ruas, mudou-se a pintura dos meios-fios, postes e fachadas. O verde e amarelo coloriu as ruas. As pessoas renovaram seus guarda-roupas com a camiseta da seleção canarinho. Tudo isso em nome do futebol. Claro, tínhamos o melhor do mundo em campo! Se ele decepcionou, azar o nosso, pois a conta bancária do cidadão está bem poderosa.Se ganhar o jogo fosse dar aos brasileiros melhores condições de vida e saúde, estaria totalmente triste. Fiquei triste, sim, pois sou brasileiro, mas sou brasileiro de olhos abertos. Nada de fé cega comigo. Em vez dos pés, todo o corpo para trás. Então, perder a partida significou para os jogadores a perda do “bicho”, que engordaria as suas contas bancárias e não seria declarado no imposto de renda.Se ganhar nos fizesse sair da incômoda posição de campeão das desigualdades sociais, estaria totalmente triste. O brasileiro que não desiste nunca( nem sabe do quê), é quem vai segurar os pepinos e abacaxis. É quem vai lamber os sapatos do patrão para manter o emprego. É o que vai suar a camisa e ganhar o jogo...da vida e sobrevivência. É quem não tem a oportunidade de ouvir o Galvão “Bobueno” defecar palavras. Basta viu!E como diz o Macaco Simão: “Acorda, Brasil, que eu vou dormir!”

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