sexta-feira, outubro 19, 2007

Nomes aos bois

Curto rock e quem me conhece sabe disso muito bem. Dos mais pesados aos mais leves, sem preconceitos. É por isso que tive esse insight e comecei a observar que a maioria das bandas de rock brasileiras teve que explicar as origens de seus nomes. Vi, inúmeras vezes, Serginho Groissman repetir, ou deixar alguém repetir, a célebre pergunta : “Gostaria de saber, por que esse nome na banda?”.

Já vi Humberto Gessinger, por exemplo, explicar a razão do nome Engenheiros do Hawaii umas trezentas e vinte e dez mil vezes. O mesmo aconteceu com Charlie Brown Jr., Biquíni Cavadão, Paralamas do Sucesso, dentre outras. Fiz uma recapitulação de tudo que já vi sobre a música baiana e não me recordei, exatamente, de nenhuma pergunta sobre a origem do nome da banda para essas bandas de nomes extremamente esdrúxulos. Resolvi citar alguns nomes que, sem têm algo interessante, é o lado inusitado.

Vou começar com uma que permitiu que minha mentalidade mórbida remetesse à mutilação: Pedaço de Cada Um. Eu comecei a imaginar a banda tocando no Paquistão após algum ataque com carro-bomba.

Não sei o que deu em mim que comecei a pesquisar mais nomes esquisitos de bandas baianas. A pesquisa só durou alguns minutos. Eu não encheria minhas linhas de tanto lixo cultural. Acho que um espetáculo teatral já fez algo semelhante, abordando a poesia cantada nos versos mais vogais. Era a NPB, Novíssima Poesia Baiana. Vou me arriscar a dizer que foi produzido pela Cia Baiana de Patifaria, mas “posso estar completamente enganado”; “a dúvida é o preço da pureza, pois é inútil ter certeza”.

Voadois me desafia; Capitão Axé parece ser o super-herói da música baiana; Saiddy Bamba é um atentado à boa grafia do português, além de sempre ler o primeiro nome como se estivesse falando de um árabe. É O Tchan, misericórdia, como dizia minha avó, parece propaganda de barbeador. Chinelada deve representar algo bem baixo. Fechem seus ouvidos, moralistas! E por aí vão: Saravada, Psirico, Guig Ghetto, Samba Eu, Você e sua Mãe, Receba a Galinha Pulando...

Eu confesso ser um ignorante no pagodão da Bahia e no axé music em geral, mas esses nomes são, no mínimo, engraçados; têm o poder de entreter e ficam “na boca da galera”.

Temporada de ensaios

Essa é uma piada recorrente quando o verão começa a se aproximar. Nem bem a primavera vai embora e os ensaios começam, mas as bandas nunca estréiam. Eu que suo “como quê” num porão fechado e com o reboco caindo aos pedaços, não posso chamar o que eu faço de ensaios. Faço shows particulares para os roadies e amigos da banda. Outro dia fui dizer ao amigo:

- Cole, véi! Fui pro ensaio ontem... e você, o que fez?

- To dizendo que você se rendeu ao produto desta nefasta Indústria Cultural feita na Bahia...to dizendo...é assim, começa bem na revolução, mas depois se vende por qualquer show ou rabo-de-vaca de passa e dá um mole.

Eu tentei acalma-lo e até que deu certo. Ele pensou, na hora em que eu proferi a palavra mágica, que eu tinha ido ver o Xanddynho dançando “agachadinho, agachadinho...” Falando nesse cara, ele virou evangélico? Será que vai convencer a bispa Sônia a dançar o “Vem neném”?

3 comentários:

Guigus disse...

Beleza!!!

daqui a pouco vai rolar o "axé gospel" ou a desarmonia do samba, gospel.
rss, kkkkk

Abraços,

Guilherme

Ivani disse...

clesbildoooooooo
te achei no mundo dos blogs!!
da uma passadinha no meu tb viu

bjoooooo

garota do jornal disse...

Insight perfeito! Adorei!

Sim, cadê meus versinhos sem pretensões?

Bjo, chato!