domingo, dezembro 28, 2008

"Eu voltei..."

Depois de mais de nove meses com o blog em processo de hibernação, resolvi voltar, triste com as coisas que têm acontecido no decorrer do tempo que me envelhece. Veja você mesmo:

Como ser discriminado pelos dois lados da moeda e torcer para que da próxima vez ela caia em pé


Ah, que saudade eu tenho desta época. Eu tinha 2 anos e meio e o mundo ainda era uma grande novidade. Eu não me preocupava com nada (que eu me lembre) e adorava ir à praia. Hoje não tenho paciência para ir à praia, o mundo já encheu meu saco e estou cheio de preocupações.

Eu nem queria falar das preocupações, mas uma tem perturbado minha mente em busca de uma saída rápida e que não seja pela tangente. Tenho a grande preocupação em ser o que sou sem saber o que sou. Ultimamente essa dúvida paira sobre a minha mente pois há aproximadamente um mês participei de algumas discussões e é impressionante como você pode ser visto de diversas formas e isso pode lhe enganar.

A primeira foi uma discussão de cunho racista na qual, negro como sou, não admiti o senso comum abestalhado. Apesar de saber que não mudei muita coisa no pensamento racista da jovem universi(o)tária, deixei claro que não estou ali para corroborar com as ações de uma maioria que se diz qualitativa e prima somente pelos seus.

A segunda discussão também me atingiu, mas de forma ainda mais negativa, pois eu não esperava ser tratado de forma tão pejorativa pelos meus bons amigos.

Pausa

"Meus bons amigos/Onde estão?/Notícias de todos/Quero saber/cada um fez sua vida/De forma diferente/às vezes me pergunto: MALDITOS OU INOCENTES?" Roberto Frejat - Meus bons amigos.

Retomada

Eu sei que vivo uma vida na qual as esferas pelas quais passeio são bem distintas e recheadas de valores morais contraditórios, mas não esperava ser rechaçado pelos bons amigos por ter um nível aguçado de discernimento e discussão, além de possuir curiosidade suficiente para pesquisar sobre aquilo que me apetece e eu desconheço.

Por conta disso, fui tratado como "o intelectualóide acadêmico".

O engraçado disso tudo é que, sendo mais claro no que quero explicar, na Universidade você é tratado de forma pejorativa por muitos de lá: Favelado; na comunidade que você abraçou como sua e a defende fora dali, eu não passo de um "playboy negro", como já fui tratado por aqueles famosos "fakes" de orkut. Imaginem um playboy com havaianas piratas nos pés e roupas de loja de departamento, enquanto os "passeiros" (ou parceiros) vestem as marcas mais famosas entre eles.

Acabei fugindo um pouco do que meus amigos falaram de mim. Mas, com certeza, de amigos assim eu me encherei até enfartar, pois o mundo é essa diferenciação de valores. O mesmo cara que lhe diz que o rebolado da morena é a coisa mais execrável do mundo vai assistir a um filme de putaria quando chegar em casa; a mesma pessoa que julgou sua banda porque ela mistura bossa nova mal tocada com rock como ruim, vai ouvir outra que faz a mesma mistura, mas não é tão ousada como a sua, ou agressiva, ou não tem problemas pessoais.

O mundo é cheio dessas "coisicas" tão malfeitas que chego a duvidar da perfeição divina em determinados aspectos.

Post ao som de:

Betrayal - The Peoples Fallacy;

Yun Fat - Action Movie Stunts Get to Die.

2 comentários:

Val disse...

Passeiro nao eh que trampa com passas??? esss erros de portuga eu vejo direto la nos meus alunos!!!

bem vindo de volta!

CLEBER SILVA disse...

Passeiro trabalha com os passos nas Escolas de Samba do Rio.